O MÍNIMO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE COMPORTAMENTO HUMANO – 22 JAN 24

Imagem por: Olavodecarvalho.org
Ajude o expressão a melhorar
Deixe sua sugestão, comentário ou feedback a respeito da nossa nova newsletter
- contato@expressaobrasil.com.br
- (61) 99194-9966
2) Efeito didático
Categoria : Artigos
A única situação em que bater numa criança pode ter efeito didático é quando ela estiver batendo numa criança menor.
3) Decadência e submissão
Categoria : Artigos
Diário do Comércio, 23 de dezembro de 2015
Não lembro quem disse, mas, no fim das contas, um romance nada mais é que uma vida, a biografia de um personagem imaginário. Não necessariamente uma biografia completa, do berço ao túmulo, mas um apanhado dos episódios essenciais que marcam a figura de um destino individual de tal modo a fazer dele um símbolo, um modelo aproximativo de muitos destinos possíveis. Em Soumission, de Michel Houellebecq (Paris, Flammarion, 2015), romance de sucesso mundial já traduzido no Brasil, a vida do personagem corre paralela à do seu país natal, num roteiro de decadência inelutável que desemboca na submissão quase simultânea de ambos ao islamismo. O paralelo é realçado pelos nomes: François-France. “Submissão”, em vez de “conversão”, é a palavra correta. François e a França não se convertem ao islamismo: caem dentro dele como corpos fatigados que desabam na cama.
4) A síndrome de Al Capone
Categoria : Artigos
Diário do Comércio, 15 de dezembro de 2015
Jamais esqueci a cena do filme “O Massacre de Chicago” (St. Valentine’s Day Massacre, 1967) em que Al Capone, representado por Jason Robards, esmigalha com um taco de beisebol a cabeça de um companheiro traidor. Robards, ator impecável, transmite com precisão a ambigüidade do ódio vingativo que se adorna de uma encenação histérica de indignação moral ao ponto de confundir-se com ela. É um quadro bem conhecido, banal até, nos anais da psicanálise e da psiquiatria forense: a consciência moral do assassino, sufocada e manietada no fundo do inconsciente, vem à tona em forma invertida e se transmuta em inculpação exagerada e teatral dos seus desafetos. Quanto mais crimes hediondos o sujeito carrega no seu currículo de horrores, mais eloquente e persuasiva a sua afetação de dignidade ofendida. Mil vezes descrito nos tratados médicos, o fenômeno, no entanto, continua desconhecido da maior parte dos analistas políticos, que não o enxergam nem mesmo quando ele fornece a explicação cabal e óbvia da conduta de certos grupos, facções e partidos.
5) O reino do subjetivismo
Categoria : Artigos
Diário do Comércio, 6 de outubro de 2015
Embora escrito por um matemático e lógico de formação – ou talvez justamente por isso –, O Homem Soviético, de Alexander Zinoviev, é um dos melhores livros de sociologia já publicados no mundo. Sem lê-lo ninguém jamais compreenderá o funcionamento da sociedade soviética ou das muitas que direta ou indiretamente se inspiraram nela. Entre outras mil coisas valiosas, o autor aí ensina que em toda carreira profissional, majestosa ou humilde, há dois conjuntos de conhecimentos, diferentes e incomunicáveis entre si, que o cidadão tem de dominar para alcançar algum sucesso. O primeiro refere-se, naturalmente, ao objeto ou propósito da tarefa a desempenhar. Se o sujeito trabalha numa fábrica de sabonetes, tem de saber algo sobre sabonetes. Se é enfermeiro, algo sobre corpos humanos, doenças e remédios. Se é legislador, juiz ou advogado, algo sobre leis. Se é escritor ou jornalista, algo dos assuntos sobre os quais escreve e do idioma que emprega. E assim por diante. O segundo conjunto de conhecimentos, que não pode ser deduzido do primeiro e tem de ser adquirido independentemente, ensina como o cidadão tem de tratar os colegas, os chefes e o público para sobreviver e, se possível, subir na hierarquia profissional.
6) Descartes e a psicologia da dúvida
Categoria : Artigos
Colóquio Descartes da Academia Brasileira de Filosofia
Faculdade da Cidade, Rio de Janeiro, 9 de maio de 1996
Descartes e a psicologia da dúvida1
La verdad es lo que es
y sigue siendo verdad
aunque se piense al revés.
(ANTONIO MACHADO)
Descartes assegura-nos que a seqüência das Meditações que o leva do questionamento do mundo exterior à descoberta do cogito não é apenas um modelo lógico, uma articulação hipotética de pensamentos pensáveis, mas uma experiência vivida, uma narrativa de pensamentos pensados. Mas terá sido boa a sua auto-observação? Podemos dar por suposta a fidedignidade do seu relato? Mais ainda, podemos dar por suposta a universalidade paradigmática dessa seqüência de pensamentos, admitindo que se dará de modo igual ou semelhante, com semelhantes ou iguais resultados, em todo homem que se disponha a reexaminar desde os fundamentos o edifício de suas crenças? Será possível a um homem realizar experiência similar, ou, ao contrário, foi Descartes quem experimentou de fato coisa totalmente outra, deixando-se enganar e tomando por descrição o que é pura invenção?
7) As lições de Olavo de Carvalho sobre a Rússia
Categoria : Artigos
Na semana da morte do filósofo Olavo de Carvalho, publiquei um artigo aqui em Oeste contando um pouco do meu encontro com a obra do professor. Como relatei, fui apresentada a sua obra lendo artigos sobre a política norte-americana de uma forma nada óbvia. Diante da histeria coletiva e dos efusivos aplausos a Barack Obama, Olavo me tirava do lugar-comum, apresentando personagens enigmáticos que espalhavam ainda mais as peças de um enorme quebra-cabeça político, social, cultural e econômico do cenário norte-americano na minha mente. Enquanto todos falavam das criaturas, Olavo apontava para os criadores. Não havia como explicar quem era e o que queria Barack Obama sem falar de Saul Alinsky. E o mesmo ele fez com Vladmir Putin, o nome mais falado da atualidade.
8) O que é Política e Poder?
Categoria : Artigos
Neste trecho de sua aula, olavo de carvalho explica a diferença entre PODER e POLÍTICA, mostrando que cargos políticos não são o CENTRO DO PODER. Link para fazer o COF (Curso Online de Filosofia): https://lp.seminariodefilosofia.org/
9) Ser e conhecer
Categoria : Artigos
Seminário de Filosofia, Rio de Janeiro, 11 de junho de 1997
Gravação transcrita por Fernando Manso; editada por Alessandra Bonrruquer.
- 1. A fenomenologia em geral
O ceticismo nasce da fragmentação da mente. É a postura do covarde ou do preguiçoso que, por não querer fazer o esforço de saber, tenta provar que é impossível saber. Com esse objetivo, a mente cética produz impasses de difícil refutação, não tanto pelos esquemas argumentativos que os suportam, mas principalmente pelo estado de ânimo de desconfiança que os produz. A desconfiança suscita objeções e mais objeções, e quando todas foram respondidas, sua insegurança não se aplaca e ela continua a apresentar novas objeções, sem se dar conta de que são apenas variações das já respondidas. A discussão com o cético não tem fim — não por causa da força de seus argumentos, que em si são fracos, mas por causa do medo abissal que os produz, e que não pode ser curado mediante argumentos.
10) Conhecimento e presença (Ser e conhecer – 2)
Categoria : Artigos
Apostila do Seminário de Filosofia
27 de setembro de 1999
Se denominarmos “conhecimento” apenas o conjunto de dados e relações que um homem carrega consigo e tem à sua pronta disposição num dado momento da sua existência, o conhecimento será não apenas drasticamente limitado, mas informe e flutuante. Por isto incluímos nessa noção o conjunto mais amplo das informações registradas e disseminadas no seu meio social, sem as quais ele pouco poderia fazer por seus próprios recursos. Mas esse conjunto de registros, por sua vez, subentende a existência do meio físico, isto é, não somente dos materiais onde se imprimem esses registros, mas também do mundo de “objetos” a que eles se referem e com os quais se relacionam de algum modo. A noção de “conhecimento” como conteúdo da memória e da consciência humanas torna-se totalmente inviável se não admitirmos que o conhecimento, sob a forma de registro, existe também fora delas. Mais ainda, não podemos admitir que existam somente os registros feitos pelo homem, já que todo material que possa servir de tábua onde se inscrevam esses registros só pode se prestar a esse papel precisamente porque, na sua natureza e na sua forma intrínseca, ele traz os seus registros próprios, adequados a esse fim: não se escreve na água nem se produz uma nota musical srando sobre uma rocha compacta. Registro é todo traço que especifica e singulariza um ente qualquer.
Por : TikTok
11) Confronto c/ Deus
Categoria : Artigos
@lucasdeaguiar95 Confronto c/ Deus — Por Olavo de Carvalho #olavodecarvalho #olavo #olavotemrazao #deus #Deus #direita #direitaconservadora #direitabrasil #bolsonaro #patria #brasil🇧🇷 #conservador #conservadorismo #jesus #Jesus #filosofia #amor
Por : Redação Brasil Paralelo
12) As 12 camadas da personalidade humana segundo o professor Olavo de Carvalho
Categoria : Artigos
O professor Olavo de Carvalho desenvolveu a teoria das 12 camadas da personalidade humana a partir de seu conhecimento e análise sobre as motivações das pessoas. A partir daí, acrescentou os elementos fundamentais para que a teoria se tornasse uma psicologia geral. Esta é a contribuição de sua teoria: ajudar a compreender o que motiva uma pessoa em cada etapa de seu desenvolvimento como personalidade. A motivação é o que nos faz agir. Abordaremos as 12 camadas e os objetivos e sofrimentos próprios de cada uma. Você pode ler a apostila do próprio Professor Olavo, As Doze Camadas da Personalidade Humana e as formas próprias de sofrimento, sobre o assunto. Neste artigo, faremos uma síntese didática, contando também com as contribuições que o psiquiatra Italo Marsili acrescentou ao conteúdo. Em muitas de nossas séries, contamos com a participação do Professor Olavo. Ele concedeu várias entrevistas falando sobre temas importantes para todos os brasileiros. Não deixe de assistir ao nosso conteúdo gratuito.
Por : Bernardo Santos em Diário Intelectual
13) Olavo de Carvalho e a Fenomenologia da Personalidade: Um Esboço Sobre As 12 Camadas
Categoria : Artigos
“Olavo de Carvalho e a Fenomenologia da Personalidade: Um Esboço Sobre As 12 Camadas” foi escrito por Bernardo Santos.
“No fluxo inescapável, há algo que permanece;
na permanência avassaladora, há um elemento que escapa ao fluxo.”
Alfred North Whitehead
As Camadas da Personalidade constituem uma ferramenta para a análise do fenômeno do desenvolvimento da personalidade humana. Esse instrumento de análise descritiva foi desenvolvido pelo filósofo e professor Olavo de Carvalho e apresentado ao longo de seus cursos e aulas, tendo sido exposto com algum refinamento ao longo de seus últimos anos. É necessário, antes de mais, dar algumas breves advertências. Importante instrumento para o auto-conhecimento e uma mais acurada análise político-cultural, o conhecimento das 12 Camadas da Personalidade só torna-se efetivo quando obtemos um repertório imaginativo adequado. Em mãos de pessoas de imaginário fragmentário — geralmente aquelas que se prenderam em uma ‘bolha-lógica’ hermeticamente fechada, tal como bem fazem os loucos e os histéricos —, há sempre o risco de que ele torne-se numa mera ferramenta de confusão ou, pior, de auto-engano.
14) Banditismo e revolução
Categoria : Artigos
Diário do Comércio, 17 de julho de 2006
Um porta-voz do Exército, por telefone, informou ao Diário do Comércio, e prometeu confirmar oficialmente, que a carta publicada no Alerta Total, aqui comentada no artigo anterior, não é autêntica ou pelo menos não partiu dos comandantes militares. Eu deveria portanto escrever ao editor daquele site, Jorge Serrão, reclamando de ele me fazer gastar neurônios à toa com a análise de um documento forjado. Se não o faço, é porque não considero que o meu esforço tenha sido tempo perdido. Se os comandantes não escreveram a carta, alguém a escreveu em lugar deles e, espalhando-a pela internet até chegar ao Alerta Total, conseguiu lhe dar tão ampla divulgação que dezenas de leitores, perplexos, me enviaram cópias dela, pedindo que a comentasse. Não é preciso ser muito esperto para perceber que esse fato é tão significativo do presente estado de coisas quanto o seria o próprio documento, se autêntico. Também, quem quer que leia o meu artigo com atenção notará que a análise de significado, ali empreendida, enfocou apenas o texto em si, sem entrar no mérito dos objetivos políticos visados pelos seus presumidos autores.
15) O maior dos perigos
Categoria : Artigos
Diário do Comércio, 24 de outubro de 2012
Tudo na vida de uma democracia depende do seguinte: os cidadãos deixam-se mais facilmente persuadir por provas e documentos ou por um sorriso sarcástico de superioridade vagamente atemorizante? O sucesso de Barack Hussein Obama nos EUA, bem como o do Foro de São Paulo na América Latina, deveu-se inteiramente ao predomínio da segunda hipótese. Lá como cá, a grande mídia, em massa, esquivou-se à obrigação elementar de investigar e informar, preferindo um jogo-de-cena destinado a inibir, mediante a ameaça velada da humilhação e do ridículo, todas as perguntas politicamente indesejadas. A bem disciplinada uniformidade desse comportamento não pode ser explicada por nenhuma convergência acidental de preconceitos. Sem nenhuma exceção visível, tanto as empresas quanto os repórteres, redatores e editores, definitivamente, tomaram posição, e mostraram colocar os interesses de suas facções políticas prediletas acima do dever jornalístico de investigar, de informar e, sobretudo, de ouvir os dois lados.
16) A engenharia da desordem
Categoria : Artigos
Diário do Comércio, 12 de setembro de 2012
Todo mundo sabe que a base eleitoral do ex-presidente Lula, bem como a da sua sucessora, está nas filas de beneficiários das verbas do Fome Zero. Embora a origem do programa remonte ao governo FHC, o embrulhão-em-chefe conseguiu fundi-lo de tal maneira à imagem da sua pessoa, que a multidão dos recebedores teme que votar contra ele seja matar a galinha dos ovos de ouro. No começo ele prometia, em vez disso, lhes arranjar empregos, mas depois se absteve prudentemente de fazê-lo e preferiu, com esperteza de mafioso, reduzi-los à condição de dependentes crônicos. O cidadão que sai da miséria para entrar no mercado de trabalho pode permanecer grato, durante algum tempo, a quem lhe deu essa oportunidade, mas no correr dos anos acaba percebendo que sua sorte depende do seu próprio esforço e não de um favor recebido tempos atrás. Já aquele cuja subsistência provém de favores renovados todos os meses torna-se um puxa-saco compulsivo, um servidor devoto do “Padim”, um profissional do beija-mão.
17) Já notaram?
Categoria : Artigos
Diário do Comércio, 23 de agosto de 2012
Vocês já notaram que, de uns anos para cá, a simples opinião contrária ao casamento gay, ou à legalização do aborto, passou a ser condenada sob o rótulo de “extremismo”, como se casamentos homossexuais ou abortos por encomenda não fossem novidades chocantes, revolucionárias, e sim práticas consensuais milenares, firmemente ancoradas na História, na natureza humana e no senso comum, às quais realmente só um louco extremista poderia se opor? Já notaram que o exibicionismo sexual em praça pública, as ofensas brutais à fé religiosa, a invasão acintosa dos templos, passaram a ser aceitos como meios normais de protesto democrático por aquela mesma mídia e por aquelas mesmas autoridades constituídas que, diante da mais pacífica e serena citação da Bíblia, logo alertam contra o abuso “fundamentalista” da liberdade de opinião? Já notaram que o simples ato de rezar em público é tido como manifestação de “intolerância”, e que, inversamente, a proibição de rezar é celebrada como expressão puríssima da “liberdade religiosa”? (Se não notaram, leiam http://andrebarcinski.blogfolha.uol.com.br/2012/08/15/ brasil-e-ouro-em-intolerancia/.)
18) A onipotência da tagarelice
Categoria : Artigos
Diário do Comércio, 21 de outubro de 2010
Os signatários do recente manifesto de acadêmicos em favor da candidatura Dilma Rousseff apresentam-se, com modéstia exemplar, como “professores e pesquisadores de filosofia”. Não ousam denominar-se filósofos porque no fundo sabem que não o são nem o serão jamais, mas também porque esperam que a mídia, por automatismo, lhes dê essa qualificação imerecida ao publicar a porcaria com o nome de “Manifesto dos Filósofos”, conferindo-lhes o título honroso no mesmo ato em que os dispensa do vexame de atribuí-lo a si mesmos. A filosofia surgiu na Grécia como um esforço de apreender e dizer o “ser” das coisas. A palavra “ser” implica o reconhecimento de uma realidade objetiva estruturada, inteligível, comunicável de homem a homem. O empreendimento filosófico voltava-se diretamente contra uma tradição de ensino para a qual o ser e a realidade objetiva não contavam, podendo ser livremente inventados pela força da palavra e da persuasão. Essa tradição denominava-se “sofística”.
19) Abaixo o povo brasileiro
Categoria : Artigos
Diário do Comércio, 24 de agosto de 2009
Confirma-se pela enésima vez aquilo que venho dizendo há anos: a maioria absoluta dos brasileiros, especialmente jovens, é um eleitorado maciçamente conservador desprovido de representação política, de ingresso nos debates intelectuais e de espaço na “grande mídia”. É um povo marginalizado, escorraçado da cena pública por aqueles que prometeram abrir-lhe as portas da democracia e da participação. Enquanto as próximas eleições anunciam repetir a já tradicional disputa em família entre candidatos de esquerda, mais uma pesquisa, desta vez realizada pela Universidade Federal de Pernambuco, mostra que, entre jovens universitários, 81% discordam da liberação da maconha e 76% são contra o aborto. “É um comportamento de aceitação das leis… a gente vê a religião influenciando muito a vida dos jovens”, explica o coordenador da pesquisa, Pierre Lucena, na notinha miúda, quase confidencial, com que O Globo, a contragosto, fornece a seus leitores essa notícia abominável (v.http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1268367-16022,00-OS+JOVENS+ESTAO+MAIS+CONSERVADORES+E+PREOCUPADOS+COM+O+FUTURO.html). Na Folha de S. Paulo, no Estadão e no Globo, quem quer que pense como esses jovens – ou seja, o eleitorado nacional quase inteiro – é considerado um extremista de direita, indigno de ser ouvido. Nas eleições, nenhum partido ou candidato ousa falar em seu nome.
20) Acordem
Categoria : Artigos
Jornal do Brasil, 01 de novembro de 2007
“Aquilo que disserdes no escuro será ouvido em plena luz; e o que sussurrardes dentro de casa será proclamado do alto dos telhados.” A profecia (Lc., 12:3) não se refere aos miúdos segredinhos da nossa vida diária, mas, literalmente, ao “fermento dos fariseus” (id., versículo 1), a ação oculta dos grandes manipuladores e farsantes. Essa ação tornou-se ainda mais eficaz e peçonhenta após o advento da mídia moderna, que, iluminando de maneira uniforme frações seletas da realidade, torna automaticamente invisível ou inacreditável o que quer que não esteja ali. O crescimento dos meios de divulgação resulta assim num progresso ainda mais inexorável dos meios de ocultação. Essa perversão congênita da indústria das comunicações exige correções periódicas, das quais a mais admirável, nos últimos tempos, foi a invenção do protocolo html , que possibilitou a criação da rede mundial de computadores e furou espetacularmente o véu do segredo midiático. Graças ao gênio de Tim Berners-Lee, um irlandês católico que entendia muito bem o apelo bíblico à luta contra os principados e as potestades das trevas, podemos saber, por exemplo, que a matança de cristãos no mundo já se tornou rotina, e que, em contrapartida, o cristianismo se expande mais rapidamente do que o Islam ou o ateísmo.